bigu-e-clotilde-sumiço-da-comida

Bigu e Clotilde em: Conhecendo a nova dona

Era uma vez dois cachorrinhos.
Um chamava Clotilde e o outro chamava Bigu.
A Clotilde era pequenininha e muito esperta. O Bigu era grandão e atrapalhado.
O Bigu gostava muito quando jogavam sua bolinha para ele sair correndo atrás para pegá-la. Era capaz de passar o dia inteiro correndo atrás dela.
A Clotilde gostava de imaginar que era um passarinho. Sempre que ela passava entre a porta da cozinha e da sala ela dava um super pulo, esticava as patinhas para frente e pensava: Estou voando!
Um dia a Clotilde estava na lavanderia procurando o Bigu, mas não o encontrava.
– Bigu! – ela gritava – Onde será que esse danado se meteu?
Ela passou pela cozinha, onde estavam seus donos sentados à mesa de jantar. Olhou para todos e perguntou:
– Ei humanos, vocês viram o Bigu?
Por serem humanos, seus donos só ouviram latidos.
-Por que a Clô está latindo? – perguntou um dos humanos.
– Acho que ela está querendo atenção. Não estamos dando atenção para ela esses dias. – disse outro humano.
Nisso, sua dona a pegou do chão e colocou sentada em seu colo.
– Não, agora não, estou procurando o Bigu! – disse a Clotilde.
– Você está carente, Clô? Deixa eu fazer um carinho em você – disse sua dona.
– Agora não. Me solta! Eu quero encontrar o Bigu – dizia a Clotilde enquanto sua dona fazia carinho em seu pescocinho.
– Me solta! Me solta! Me sol… Ok. Pode fazer mais um pouquinho de carinho. Agora faz aqui ó – pensou a Clotilde enquanto ficava meio de lado para que sua dona fizesse carinho em sua barriga.
Aquele carinho estava realmente gostoso.
Depois de um tempinho sua dona falou “Agora chega” e colocou ela no chão.
– Hein? O que aconteceu? Mas, já acabou?
A Clotilde parecia confusa.
– O que eu estava fazendo mesmo?
Aqueles carinhos a deixavam muito relaxada.
– Ah sim, o Bigu. Cadê ele? Biguuuu – gritou ela!
No andar de cima da casa Bigu estava imóvel. Ele havia acabado de entrar em um quarto muito bonito, todo decorado, com as paredes rosa, enfeitadas com desenhos de coroa de princesa.
Ele ouviu gritarem seu nome bem baixinho, mas nem ligou. Estava olhando através de uma grade algo que nunca havia visto. Parecia com um humano, mas era muito, muito pequeno.
“BIGUUUU”. O grito agora estava mais alto e mais próximo.
“BIGUUUUUUUUUUUUUUUUUU”.
Ele saiu correndo depressa do quarto e encontrou com a Clotilde quase na porta. Ele foi parar, escorregou e os dois trombaram.
– Cuidado seu cachorro atrapalhado – disse a Clotilde se recompondo – quase você me esmaga.
– Eu, eu, eu encontrei algo muito estranho, venha ver – disse Bigu enquanto empurrava Clotilde para dentro do quarto.
– Para de me empurrar. O que você encontrou?
– Olha!
Eles estavam de frente para a grade de novo.
– Estou vendo. O que tem?
– Como o que tem? O que é isso? – perguntou Bigu, confuso.
– Isso é um humano.
– Ah você não me engana. Humanos são grandes. Esse ai é pequeno demais para ser humano.
Clotilde sorriu.
– Ai Bigu, você não entende nada mesmo. É que esse humano é um bebê.
– Bebê?
– Sim! É a mesma coisa que um filhote, mas os humanos chamam de bebê. O nome dela é Isabela. E pelo que eu entendi quando ela ficar maior ela vai ser nossa dona também.
Bigu parecia confuso e excitado.
– Nossa dona? Então quer dizer que ela também vai jogar bolinha para mim?
Clotilde sorriu novamente.
– Ai Bigu, você só pensa na sua bolinha.
Clotilde se levantou e foi até a porta do quarto. Olhou para o Bigu e disse:
– Vamos dormir, já está tarde.
– Já vou.
Clotilde saiu andando pelo corredor, parou, pensou um pouco e voltou para o quarto.
– Ué, por que você voltou? – perguntou o Bigu.
– Acho que vou dormir aqui hoje. Eu gosto do cheiro desse quarto.
O cheiro do quarto era realmente muito gostoso.
Clotilde se deitou próxima ao armário enquanto o Bigu ainda estava sentado, olhando curioso para a Isabela que dormia em seu berço.
De repente, Bigu levantou e saiu correndo do quarto. A Clotilde acordou assustada com o barulho.
Ele desceu as escadas, passou pela cozinha e foi até a lavanderia. Lá ele pegou sua bolinha e voltou correndo.
Os humanos, na cozinha, olharam aquilo e não entenderam nada.
Ele entrou no quarto lentamente, colocou a bolinha no pé do berço e se deitou.
Clotilde viu a cena, sorriu e voltou a dormir.
Bigu também dormiu.
E naquela noite, como em muitas outras noites seguintes, ele sonhou com a Isabela jogando a bolinha para ele pegar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *