bigu-e-clotilde-sumiço-da-comida

Bigu e Clotilde – Eu não sei ler

É verão!

O Sol arde como nunca.

Bigu e Clotilde sofrem com o calor.

Clotilde está deitada embaixo do sofá e Bigu tenta se refrescar embaixo do tanque, local onde o chão fica sempre um pouco molhado.

O silêncio toma conta do ambiente, só sendo interrompido durante as passagens dos aviões.

Vez ou outra um deles levanta, bebe água, olha pelo corredor para o portão, e voltam às suas posições.

Em certa altura eles ouvem o barulho de carro parando e o portão abrindo. Normalmente sairiam em disparada para recepcionar a chegadas dos seus donos. Dessa vez, pelo calor, nem isso quiseram fazer.

Seus donos estranham e pedem para a pequena Isabela ir ver se está tudo bem.

Ela caminha até o fundo do quintal a passos tartarugosos. Cabisbaixa durante todo o percurso ela senta-se no degrau da lavanderia.

Bigu e Clotilde sabem que algo está errado. Cadê aquela festa de sempre ao vê-los?

Eles saem dos seus lugares e vão ao encontro da menina.

Ela não dá atenção para eles.

Eles se entreolham sem saber o que acontece.

– Está tudo bem? – Pergunta Clotilde.

– Não! Não está nada bem – Diz Isabela, ameaçando chorar.

Clotilde insiste:

– O que foi? Por que você está assim?

Isabela, já aos prantos, diz:

– Porque eu não sei ler.

Bigu, não entendendo a gravidade do problema, e como de costume, pega sua bolinha e coloca no colo da Isabela.

Ela, brava, joga a bolinha longe, dizendo que não queria brincar. Porém, Bigu nem teve tempo de escutar. Assim que ela arremessou a bolinha ele já saiu em disparada.

– E qual é o problema de você não saber ler?

– Ah, Clotilde. Minha prima já sabe ler e eu ainda não.

Bigu retorna com a bolinha. Caminhando arrependido. Ele esquecera do calor que estava.

Clotilde tenta ajudar:

– Ah, mas ela é mais velha que você. E já está há mais tempo na escolinha. Você também vai aprender a ler logo logo.

– Mas eu não quero que seja logo logo. Eu preciso saber ler AGORA!

– Ué, mas por que essa pressa toda?

– Porque meus pais me deram um negócio escrito. E eu não sei o que tá escrito lá.

– Ah, já sei. Esse negócio chama livro.

– Não, não é um livro. É uma plaquinha. Só que eu não consigo ler.

Bigu, recuperando-se da infeliz ideia de sair correndo atrás da bolinha naquele calor, diz.

– Que tal você trazer essa plaquinha e a gente tenta te ajudar?

Isabela fica muito animada.

– Verdade? Vocês me ajudam?

– Claro!

Isabela saiu correndo pegar a plaquinha.

Bigu fica empolgado e orgulhoso de sua ideia.

Clotilde caminha lentamente e morde o rabo do Bigu.

– AIAIIIIIIIIIIII. Por que você me mordeu?

– Você não pensa mesmo né? Esqueceu que a gente não sabe ler?

Bigu realmente esqueceu que não sabe ler.

Nisso, Isabela chega correndo com a plaquinha.

– Tá aqui! Tá aqui! É essa plaquinha. Vocês podem ler para mim o que tá escrito?

Os cachorros se entreolham.

Bigu diz:

– Er… hummm…. sabe o que é? Eu esqueci de um negócio. Eu também não sei ler.

Isabela arregala os olhos. Ela olha para a Clotilde e diz com a voz já triste:

– E você, Clo? Você pode ler para mim o que está escrito aqui?

Clotilde abaixa a cabeça.

– É que eu também não sei ler.

Isabela fica triste novamente.

Bigu, comovido, diz:

– Calma, não fique assim. Vamos arrumar alguém para ler isso para nós.

Clotilde, tentando animar sua dona:

– Isso mesmo. É só a gente arrumar alguém para ler isso aí. E aí saberemos o que está escrito.

Isabela, com pouca esperança, diz:

– Sim, mas quem poderia ler isso para gente?

E aí, amigo leitor… Você poderia ajudar Isabela, Bigu e Clotilde a ler o que está escrito na plaquinha?

irma-mais-velha

3 comentários em “Bigu e Clotilde – Eu não sei ler

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *