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A primeira viagem com a neném ou Como perdemos o voo

A cena é a seguinte:

Estou andando em direção à minha mulher que está com nossa filha no colo. Ela está ansiosa e a neném, agitada, não parava quieta.

Chego até elas e pego minha filha para ver se consigo acalma-la.

Minha mulher, aflita, pergunta:

– E aí?

E eu, desolado, respondo:

– Perdemos o vôo!

Parece piada, brincadeira. Mas não! Foi apenas nossa primeira viagem com a nossa filha.

Quer saber como isso aconteceu? Pois, te direi!

Compramos, em janeiro, uma viagem para Maragogi. Mas só poderíamos viajar em junho. Tempo de sobra para arrumar as coisas, não?

Mas, brasileiro deixa tudo para última hora.

E você já tentou arrumar as malas, de última hora, com um bebê que fica tirando da mala tudo que você coloca lá?

E se a bebê é uma andarilha e sua casa tem escadas?

E se, além disso, ela só quer mexer onde não pode como cesto de lixo, enfeite de porcelana, bater com o controle remoto em uma mesa de vidro…

Fica um pouquinho mais difícil a tarefa não é mesmo?

Pois bem, por essas e outras o planejamento de estar no aeroporto meio-dia foi para o espaço.

Nesse horário estávamos saindo de casa.

Chegamos ao aeroporto por volta de 12:30.

Vamos fazer o check-in? Não. Antes vamos trocar a neném que tinha feito o número 2 e já estava com o bumbum meio assado.

Pronto! Bebê limpo, bumbum cheiroso e check-in feito sem maiores problemas.

Vamos andando calmamente paramos para comprar algo para comer.

Depois paramos para eu ir ao banheiro.

Depois paramos para trocar novamente a neném que tinha feito o número 2 de novo.

Depois paramos em frente a um painel do aeroporto para confirmar por qual portão embarcaríamos.

Foi aí que vimos:

EMBARQUE ENCERRADO!

embarque-encerrado

Saímos correndo.

Minha mulher com a neném no colo fica para trás e vou correndo até o portão de embarque.

Vejo o portão fechado e minha espinha gela.

Pergunto ao funcionário que diz que não poderemos mais embarcar.

Pergunto o que posso fazer e ele fala para eu me dirigir até outro portão para informar o ocorrido.

Volto. Falo para minha mulher que perdemos o voo e vamos até o portão informado.

Lá, um funcionário da TAM, muito solícito, se compadece de nossa situação, principalmente por estarmos com a neném, faz das tripas coração e consegue nos encaixar no voo das 22h.

Se não tivéssemos encontrado esse rapaz provavelmente só viajaríamos no dia seguinte.

Pergunto se acontece muito de perderem o voo e ele responde que acontece mais quando é escala, que perder voo direto é muito difícil. E com bebê ainda é muito raro.

Está bom para vocês?

Depois ficamos esperando até o horário do voo. Ainda tentamos encaixe em voos que sairiam mais cedo, mas não tivemos sucesso.

A ansiedade para conseguir viajar era grande e a preocupação nos acompanhava.

Por dois motivos:

– Perdemos o translado de Recife para Maragogi. Teríamos que nos virar lá. O detalhe é que são duas horas e meia mais ou menos de viagem. Quanto será que gastaríamos? Ainda mais porque chegaríamos lá por volta da 1 hora da manhã.

– Apenas metade de nossa bagagem foi retirada do avião que não conseguimos pegar. A outra metade seguiu viagem. Será que estaria lá?

O horário do voo chegou. Embarcamos. Por motivos óbvios fomos os primeiros da fila para entrar no avião. Por que será né?

A neném foi dormindo, mas com o sono bastante agitado. Acordou diversas vezes berrando. Mas logo dormia novamente.

Chegamos em Recife, fomos direto ao balcão da TAM e ufa, as malas estavam lá.

Um problema a menos.

Pegamos o resto da bagagem na esteira e vamos agora resolver como iremos até Maragogi.

Pergunta para um, pergunta para outro e….

Peraí! Cadê o carrinho da neném?

Volto correndo e lá está ele, passeando sozinho na esteira do aeroporto.

A essa altura cada pataquada dessas que acontecia virava motivo de risada.

Negociamos daqui, negociamos dali até que conseguimos partir rumo nossas tão bem planejadas férias.

E vocês? Já passaram por alguma presepada dessas?

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