O primeiro Valisere a gente nunca esquece ou Por que usei um sutiã

Como brilhantemente disse Washington Olivetto, o primeiro Valisere a gente nunca esquece.

No comercial ele mostra um vídeo das angústias e apuros que uma garota passa na falta de usar um sutiã pela primeira vez.

E comigo não foi diferente.

Desde que minha filha nasceu eu fiquei “encarregado” de fazê-la dormir.

A mamãe dava o leite para ela e assim que terminava “passava a bola” para mim.

Eu nunca reclamei dessa tarefa. Era uma delícia.

Adorava ficar andando pelo quarto, não importava que horário fosse, cantando para ela e esperando que ela dormisse.

E não precisava dormir rápido não.

Principalmente porque quando fazíamos isso ela ficava me encarando, como quem estivesse decorando meu rosto. E eu, me deliciando com o rosto dela.

Como isso era rotineiro houve uma época que ela passou a preferir meu colo para a tarefa sonífera.

Com a mamãe ela relutava e chorava.

Com o papai era tudo mais calmo, mais musical.

Algum tempo depois, dormir já não era mais tão legal. Ela foi percebendo que a vida era muito divertida com dedos que mexem e sons que saem da boca que não queria mais perder tempo com esse negócio de dormir.

Então ela começou a se revirar no meu colo, ao invés de acalmar e relaxar.

Como eu não queria perder meu posto de “dormidor oficial” dela, desenvolvi uma técnica que batizei de jiu jitsu para bebê. Eu prendia um braço dela por debaixo do meu braço. O outro eu segurava com a mão, a cabeça ficava alocada na dobra do meu braço e encostada no meu peito, de forma que ela praticamente não conseguia se mexer.

Se ficou difícil imaginar como era essa posição, fique tranquilo, eu mesmo acho que não conseguiria fazê-la hoje em dia.

Claro, tudo de forma sutil e confortável.

E ali, naquela posição passiva e sem muito que fazer, ela dormia.

Acontece que o tempo passou e ela cresceu. Atualmente tem 1 ano e 3 meses. E isso quer dizer que o mundo para ela não são apenas dedos que se movem e sons que saem da boca mais.

Para alguém que já anda há pouco mais de 5 meses e já repete tudo que falamos, dormir é quase que um castigo.

Aquele sono depois do almoço só acontece se estamos dentro da rotina. Se estivermos viajando ou em alguma festa ela deixa para dormir somente quando voltar para casa. Não quer perder tempo com isso.

Além disso, ter a idade e o desenvolvimento que ela tem, implica em já ter algumas manias.

E, para meu desespero, ela desenvolveu uma mania na hora dormir que quase me fez perder completamente meu posto de Morfeu.

Ela gosta de por a mão por dentro da gola da camisa da mãe e ficar segurando o sutiã. Comigo ela tenta dormir, coloca a mão pela camisa, procura, não encontra nada e vira para o lado da mãe.

Sem nenhuma cerimônia!

Para qualquer pai do mundo acredito que isso representaria o fim de uma era.

Mas, eu, num surto de Joseph Climber, não desisti.

Desesperado em perder por completo o prazer de fazê-la dormir, e sem ninguém por perto, coloquei um sutiã e deitei na cama com ela.

Inicialmente a vergonha foi muito grande.

Mas, cinco minutos depois estávamos nós dois, neném e eu, dormindo.

E acredito que ambos com sorriso no rosto.

o-primeiro-valisere

Obs: Essa foto acima é apenas para ilustrar como eu adoro dormir com minha filha. Aparentemente tiraram uma foto de mim enquanto dormia com ela usando o tal sutiã. Mas, como a queimação de filme é muito grande, só publicarei a foto se, na página do PAPAI EM APUROS no Facebook, o post desse texto atingir mais de 100 curtidas e/ou compartilhamentos

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