Há alguns dias minha filha teve o seu primeiro dia de aula.
Desde então fiquei tentando escrever algo sobre isso, mas tudo que eu escrevia saía meio confuso. Por mais que eu tentasse, não conseguia escrever nada que prestasse.
Não que agora vá sair algo bom, mas agora pelo menos eu entendo o porquê de não conseguir escrever sobre o assunto. Porque, simplesmente, eu não entendia o que eu estava sentindo.
Vê-la caminhando pela rua em direção à escola, segurando sua mochila, vestindo seu uniforme, me causou um sentimento que ainda hoje não consigo explicar.
Da mesma forma, vê-la entrando na escola, dando a mão para a professora e caminhando para a sala, com uma cara de incerteza, mas ao mesmo tempo sem derrubar uma gota de lágrima, soou-me como se não estivesse entendendo a grandeza daquele momento. Como se a inocência dela não permitisse ver o macro. Se ela tivesse chorado, pelo menos, teria me mostrado que ela estava com a plena consciência do que estava rolando naquele momento.
Ao mesmo tempo, na saída, ela caminhando com passos decididos e o olhar focado na mãe, com um leve sorriso no rosto, me pareceu que ela estava dizendo: – Mamãe, fiz tudo direitinho!
Esse misto de sensações ainda permanece em mim e acho que demorarei um tempo para definir o que é isso. Se é que conseguirei.
Mas, o que de fato quero deixar registrado aqui, é um recado, uma dica, um conselho, ou até uma presunção… chame como quiser chamar…
E vai principalmente para os pais (porque acredito que 100% das mães já sabem disso).
Não deixem de estar presentes no primeiro dia de aula de seus filhos. Mesmo se tiver que ir trabalhar. Mesmo se tiver um almoço de negócios. Mesmo que tiver uma reunião muito importante.
Faça de tudo para estar no primeiro dia de aula do seu filho.
Isso, além de fazer muito bem para ele, fará para você também.
No futuro, você poderá estar em outro emprego, poderá ver que a reunião nem era tão importante assim que não pudesse acontecer no dia seguinte, ou ainda nem se lembrará do que comeu naquele almoço.
Mas, jamais se esquecerá do que sentiu no primeiro dia de aula do seu filho.
Te garanto isso!
Ainda hoje não sei se senti medo, pena, insegurança ou orgulho. Talvez tudo isso junto.
Mas, na verdade, saber o que eu senti não importa.
O que importa é que senti, que vivi, que estava ali por ela.
Para ela.
Como sempre estarei.
